Ele é um doce mesmo em seus piores dias, é teimoso e inteligente como ninguém, sua gentileza chega a esquentar qualquer coração. Ele sempre dirige até a minha casa, mesmo não sendo seu caminho.
Ele costuma falar que a vida é como um livro sem tema pré definido, que é constituído de várias páginas e que todas elas são importantes pra o conteúdo final. Por isso ele admira cada palavra que escrevo, sobre todos os amores da minha vida, ele sabe cada sentimento que já tive por outras pessoas, diz que talvez eu não seria quem sou se não tivesse dado errado antes e que é necessário que eu exponha ao mundo todos os romances que já foram, são e ainda vão ser.
Ele escreve pra mim e sempre se despede com um "te vejo na próxima página", ele é inacreditavelmente tranquilo e organizado, consegue ser compreensivo até nas piores coisas. Conserva um coração e a inocência de uma criança mesmo sendo 7 anos mais velho, e eu aprendo tanto com ele sobre como a vida precisa ser tranquila, há coisas que na agitação a gente não enxerga.
Ele me ensinou a apreciar cada acorde de uma música e não só a composição inteira, mostrou que ambos temos nossa correria e vida e que isso não é ruim, precisamos aprender a conciliar nosso tempo. É engraçado o fato dele não usar redes sociais, parece que ele consegue aproveitar o tempo e a vida melhor que eu, ele diz que vida vivida, é aquela você quer guardar pra você, que não expõe ao mundo, isso faz dá certo. Realmente dá.
Ele me ensinou a me doar de coração, mesmo quando ainda batia por outra pessoa, teve a paciência de entender que feridas deixam cicatrizes e que é preciso muito mais amor pra cicatriza-las. E ele deu todo o que tinha. Ele entendeu cada um dos meus poemas depressivos, e trouxe de volta tudo o que eu precisava para escrever sobre o meu próprio amor.
Ele diz que eu sou tempestade, que bagunço a vida dele, mas que é a única vez na vida em que ele prefere a desorganização.
Eu sou invasiva, inconstante, inconsequente, ele é a calmaria de um cobertor no inverno, é a sensação de jogar super Mario, no Nintendo com fita, é o abraço aconchegante que protege meu mundo. Ele é o senhor nerd das barbas, que curte mais a DC do que a Marvel, como eu.
Ele é tudo o que eu não pedi e ganhei, é a ajuda das madrugas fazendo maquete, é a tarde de domingo me assistindo projetar horas e horas, só pelo prazer da minha companhia, é o cafuné até pegar no sono. Ele é paz, a minha paz.
Eu sou um desatre, derrubo tudo, deixo calçinha pendurada no box do banheiro dele e a tampa da pasta de dente aberta. Ele diz que casaria agora, mesmo com todos os meus defeitos, mas ele sabe que sou teimosa demais pra aceitar casar sem nenhuma independência.
Nós dividimos a mesma cama por uns dias da semana e cada dia mais tenho a certeza de que é aquela cara de sono que eu quero vê todos os dias ao acordar, quero tomar todos os cafés da manhã da minha vida ao seu lado e assisti você virando a panqueca do jeito que só você consegue.
Meu amor por você é escrito todos os dias, seu amor por mim é escrito todos os dias, nosso amor é livre, é livro.. Te vejo na próxima página.
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