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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A garota do balcão

De manhã ela acorda e eu ainda tô na cama, é que dá uma preguiça de viver logo cedo. Ela é rápida pra tudo, em menos de 15 minutos, já colocou água para o café e tomou um banho de gato, que diz ser o necessário em uma manhã fria. 

Sentou na frente do espelho, colocou uma música bem baixinha e começou a se maquiar, enquanto ela se pintava, se via e se conhecia, eu a admirava e agradecia a Deus, por essa mulher ao meu lado. Posso te confessar que é impossível não deseja-lá como eu desejo, em todas as suas curvas e defeitos, que ela tanto se importa, e que pra mim compõe essa perfeita pintura. 

- Amor, levanta! Você vai se atrasar..

- Você sabe que em 5 minutos eu estou pronto.

- Nessas horas eu queria ser um homem.

- Garanto que Deus sabia o que tava fazendo, quando decidiu que você seria mulher, já imaginou o desperdício de beleza que seria se você fosse homem, eu ia acabar virando gay.

Ela riu. Eu fico muito idiota em vê-la sorrir, me lembro da primeira vez que a vi. Tinha viajado para passar férias com os amigos, chegamos na cidade e os hotéis estavam lotados, entramos em um que havia somente um quarto disponível, então eu e meu amigo dividiríamos, até que vejo ela no balcão, com cara de quem chupou limão, reclamando que deram o quarto dela, para outra pessoa e adivinha quem era a outra pessoa? Isso mesmo, eu.

Fui no balcão da recepção, tentar entender o que estava acontecendo, o gerente parecia querer correr dali, então fiz a coisa mais lógica, falei que dividiria o quarto com ela, até resolver o problema, então ela riu e mano já era, depois daquele sorriso, eu sabia que era ela. Por 8 horas dividimos o quarto até o gerente por fim, achar outro pra ela. Na hora que a vi levando suas malas, entendi quando falam que as horas passam voando quando as coisas são boas, percebi que, 8 horas era pouca coisa e eu precisava de mais.

No café da manhã, meu amigo ficou na cama e fui só, lá estava ela, sentada sozinha, perguntei se poderia me sentar e ela disse que sim, sorriu com uma cara de sono e moletom folgado, diferente de todas as outras garotas que se maquiaram para tomar um simples café. Ela me pediu desculpas por ontem e eu disse que tudo estava bem, afinal entendo o estresse. Passamos o dia juntos, indo para todos os lugares da cidade, dia pós dia, vendo e conhecendo, um pouco do que eu digo ser "minha versão feminina mais bonita".

No último dia das férias, trocamos contatos e eu finalmente a beijei, conversamos todos os dias por cerca de 1 ano e nos víamos vez ou outra quando a grana ajudava, até ela "coincidentemente" começar a trabalhar na minha cidade. Começamos a namorar para valer e não demorou muito para o noivado. Hoje eu sou casado com a garota do balcão, com cara de quem chupou limão. 


*Para fins de direitos autorais, declaro que todas as imagens utilizadas nesse post, não pertencem ao blog. Qualquer problema ou reclamação, entrar em contato.

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